Resumo

A biodiversidade é elemento fundamental para o desenvolvimento da biotecnologia, em especial na Amazônia devido sua inconteste potencialidade. A contaminação ambiental por petróleo e seus derivados causam grandes impactos ecológicos e as técnicas para sua remediação têm recebido destaque nas últimas décadas. Os biossurfactantes são compostos produzidos por diferentes microrganismos em diferentes condições ambientais e comportamentais, são similares aos surfactantes sintéticos devido as mesmas ações observadas como: adsorção, emulsificação, detergência, e principalmente decréscimo da tensão superficial da água. O principal objetivo, foi avaliar fungos endofíticos, isolados de três diferentes espécies de plantas aquática coletadas de áreas com histórico de poluição por petróleo nos arredores de Manaus: Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (Pontederiaceae), Ichnanthus calvescens Döll (Poaceae) e Cyperus ligularis L. (Cyperaceae), para produção de biossurfactantes A seleção de fungos filamentosos com atividade surfactante, foi realizado por meio dos seguintes teste: biodegradação utilizando placas multipoços, o colapso da gota utilizando placas de Petri e o teste de emulsificação utilizando tubos de ensaio. Do total de 20 fungos avaliados no teste de biodegradação, 9 promoveram a descoloração do indofenol (DCPIP) em 24 e 48 horas, para o teste do colapso da gota dentre os nove isolados, apenas duas amostras tiveram sucesso na dispersão da gota de petróleo, nos tempos 0 s. 1 min, 5 min, 30 min e por 72 horas de observação, para o teste de emulsificação um isolado apresentou atividade moderada de 1,1 cm e outro 0,7 cm considerado como baixa atividade emulsificante. Os fungos envolvidos nessas atividades foram identificados molecularmente por comparação com os dados do MycoBank, do total de nove isolados, foram identificados um gênero e cinco espécies, Dothideomycetes sp, Rhizopus oryzae, Fusarium fugikuroi, Fusarium proliferatum, Fusarium oxysporum e Trichoderma koningiopsis. Sendo que as espécies Rhizopus oryzae e Fusarium oxysporum, repetiram no momento da identificação dos isolados, e uma das amostras não obteve similaridade. Essas espécies mostraram-se promissoras na biodegradação do petróleo, e nos testes do colapso da gota e emulsificação. Novos testes serão realizados para avaliar quais tipos de biossurfactantes estão envolvidos nesses processos.